quarta-feira, 21 de novembro de 2018


EDUCAÇÃO DOS SURDOS: A PARTIR DA LEI 10.436/2002[1]

Suelí Paranhos de Oliveira[2]
INTRODUÇÃO
           
O relatório que será apresentado, parte de análise exploratória da Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização)/2013 – Faculdades FACCAT, de Godoi, P.; Santos M.F.; Silva, V.F. intitulado “Língua Brasileira de Sinais no Contexto Bilíngue” que traz no primeiro capítulo um breve histórico sobre a educação dos surdos; no segundo discorrem sobre a Libras (Língua Brasileira de Sinais) e sua importância para a comunicação do aluno surdo; no último capítulo dissertam sobre a proposta da escola bilíngue e o grande desafio de se construir o bilinguismo. Para a efetivação deste trabalho foram usados recursos como fichamento, análises textual e temática. O relatório a seguir terá dois capítulos. O primeiro será a presentação da monografia e o segundo o diálogo com esses dados. Logo em seguida a conclusão final e referências. 
O reconhecimento da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) foi um marco na história de luta das pessoas com deficiência auditiva e se faz necessário a utilização da mesma em todas as esferas de ensino numa perspectiva inclusiva. A oralização era a forma permitida para a alfabetização dos surdos por se pensar que ela iria facilitar a comunicação com os pais e sociedade, mas hoje a comunidade surda proclama o bilinguismo como a melhor forma de educação para os surdos, segundo os autores da monografia. Lendo a monografia vem a inquietação: Quais os avanços na educação dos surdos após a lei ordinária 10.436/2002 em relação ao bilinguismo?
Ao trazer os principais elementos desta monografia, o objetivo geral deste relatório é Compreender a Língua Brasileira de Sinais no contexto da escola bilíngue fazendo uso dos objetivos específicos que são: Identificar a influência da escola bilíngue para os estudos dos surdos e Enumerar os desafios na construção do bilinguismo.

CAPÍTULO I: A EDUCAÇÃO DOS SURDOS E A ESCOLA BILINGUE – BASE TEÓRICA

      A Lei 10.436/2002 foi um marco no reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), após muitos anos de luta, desde o padre espanhol Bonet (1660) que criou o primeiro alfabeto manual para auxiliar na educação dos surdos até o Decreto nº 5.626/05 que regulamenta a lei 10.098/00 e a lei 10.436/02.
Durante esse processo:

 [...] foi fundado em 1857 no Rio de Janeiro o Instituto Nacional de Surdos-Mudos que hoje é o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). [...] Em l964, Gallaudet fundou a primeira faculdade para surdos nos Estados Unidos. A língua dos sinais tornou a ressurgir associada à forma oral, com o aparecimento de novas correntes, como a Comunicação Total na década de 70 e, mais recentemente, o Bilinguismo.
A Comunicação Total defende a utilização de todos os recursos linguísticos, orais ou visuais, simultaneamente, privilegiando a comunicação, e não apenas a língua. Já o Bilinguismo acredita que o surdo deve adquirir a língua dos sinais como língua materna, com a qual poderá desenvolver-se e comunicar-se com a comunidade de surdos, e a língua oficial de seu país como segunda língua. (GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F., 2013)
           
No artigo 1º da lei 10.436/02 no parágrafo único é dito que “Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” e no decreto nº 5.626/05, que regulamenta esta lei, consta no artigo 14 parágrafo 1º inciso I alínea c que se deve promover “o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas” e no inciso II “ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da Libras e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos”.
Partindo do que diz a lei, a fala de GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F. na monografia intitulada Língua Brasileira de Sinais no Contexto Bilíngue, se faz pertinente:

O aprendizado inicial destas crianças deve ser o da Língua de sinais. Essa é a sua primeira língua, é com ela que ela pensará e construirá seu conhecimento. A idade mínima para que uma criança possa ser exposta ao aprendizado da linguagem de sinais é a de mais ou menos seis ou sete meses, mesmo que ela só venha a utilizar estes sinais aprendidos após o sétimo ou oitavo ano com maior desenvoltura. Assim sendo, a criança deve ser introduzida desde cedo à língua materna, podendo ainda ser realizadas atividades com bebês surdos visando sempre desenvolver habilidades visuais e ensinar a linguagem de sinais-LIBRAS.

A introdução da língua de sinais desde a primeira infância trará segurança para a criança surda assim como trás para a criança ouvinte, ao ser inserida no ambiente escolar:

Desde cedo, a criança ouvinte tem a oportunidade de conviver com a língua utilizada pela família. O interlocutor adulto colabora para que a linguagem da criança flua, oportunizando atitudes discursivas que favorecem o desenvolvimento e a apropriação de aspectos socioculturais e linguísticos importantes. As crianças surdas, em geral, não têm possibilidade para esse/a desenvolvimento/apropriação, já que não tem acesso a língua utilizada por seus pais (ouvintes). (LACERDA; LODI, 2014, p.14).

Essas crianças chegam, muitas vezes, às escolas se sentindo excluídas. Os professores de educação infantil, na sua formação, têm assegurado por decreto que regulamenta a lei 10436/02 no artigo 5º do capitulo III que:

A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngue.

Porém não saem dos seus cursos com plena habilidade, precisam de aprimoramento posterior.
GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F afirmam que “a educação para o surdo requer do professor uma metodologia baseada em experiências concretas, para tornar o aprendizado melhor aproveitado”. Dizem ainda que “as pessoas surdas têm as mesmas possibilidades de desenvolvimento das ouvintes. O que se faz necessário é a adaptação dos recursos didáticos a serem utilizados pelos professores”.
Ao falarem sobre o caminho do oralismo ao bilinguismo discorrem da seguinte forma:

[...] O oralismo somente foi estabelecido em 1911, mas de forma marginalizada.
No entanto por volta das décadas de 70 a 80 com estudos mais aprofundados acerca da surdez iniciou – se o estudo sobre a comunicação total pela pesquisadora Ivete Vasconcelos. A partir das décadas seguintes com novas pesquisas da professora Luciana Ferreira Brito (1993), o bilinguismo ganhou espaço entre as instituições de ensino. Em 1994 propôs-se a abreviação para LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.

Para os oralistas, a linguagem oral é a única forma de comunicação já o bilinguismo tem como objetivo “aproximar e facilitar a comunicação entre crianças surdas e a família ouvinte. O básico desta filosofia é o aprendizado da língua materna e natural (de sinais) e como a segunda a oficial do país (para nós o português brasileiro).”, diz GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F (2013).
Já que:
As crianças com deficiência auditiva apresentam alguns dos problemas mais difíceis e desafiantes para a educação especial. A perda auditiva interfere tanto da recepção da linguagem quanto na sua produção. [...]. (GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F. apud KIRK/GALLAGHER, 1996, P.230).

Nas escolas inclusivas o ambiente (físico, metodológico e curricular) foi mudado para recebê-la, porém não foi preparado para tal:
Incluir não é tratar igual, pois as pessoas são diferentes. Alunos diferentes terão oportunidades diferentes, para que o ensino alcance os mesmos objetivos. Incluir é abandonar estereótipos. (GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F. apud WERNECK, 1997, p.51).

Essas escolas têm, em sua maioria, interpretes de Libras, que apesar de ser uma grande conquista não garante a inclusão de fato:

[...] ao convocar a presença de um intérprete de Línguas de Sinais, as pessoas não se dão conta da complexidade que envolve a realização dessa tarefa, pois não é suficiente conhecer os sinais, e sim saber transmitir idéias da língua oral para a língua visuogestual e vice e versa. Os interpretes representam a ponte entre dois mundos diferentes, o mundo visual dos surdos e o mundo oral dos ouvintes. (GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F. apud ROSA, 2003, p.1238).

         Para os autores da monografia, as escolas regulares deveriam estar preparadas para aplicar os conteúdos através de “recursos visuais”, o que facilitaria a aprendizagem dos alunos surdos e o trabalho dos interpretes, para eles também existe a possibilidade de profissionais surdos inseridos na escola ajudarem aos professores com a divulgação da Libras.

O professor precisa está preparado para receber esta diferença, não adianta ser especialista e não está apto para dar significado a esta aprendizagem:

[...] deveremos nos questionar se a escola inclusiva tem essa conotação a partir de adaptações curriculares ou da conscientização dos profissionais envolvidos no processo educativo? Os alunos têm que aprender juntos sempre que possível, mas a instituição de ensino tem que assegurar condições para que esse processo seja concluído. Mas não vamos atribuir toda culpa à escola, pois ela é apenas a ponta do “iceberg”. Os Estados e Municípios deveriam assegurar que essas instituições tivessem condições necessárias para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais. Na fala de um professor entrevistado, o processo da Escola Inclusiva fica caracterizado como “atropelado”. De certa forma, no caso os professores designados pelo Estado, estes chegam até a escola sem ter conhecimento do que vão encontrar. Nesse caso, nota-se a falta de compromisso do órgão gestor, que não se preocupa em garantir que esses educandos tenham um atendimento adequado as suas necessidades (GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F. apud FREITAS, 2001, p. 25).

Os autores explicam o motivo de sua defesa ao bilinguismo:

As línguas naturais têm a importante função de suporte do pensamento, função esta frequentemente ignorada por especialistas envolvidos na educação do surdo que consideram a língua apenas como meio de comunicação. (...) As Línguas de Sinais, por serem naturais e de fácil acesso para os surdos, são extremamente importantes para o preenchimento da função cognitiva e suporte do pensamento. (GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F. apud BRITO, 1993, p. 34).
            Para melhor entendimento do aluno surdo em relação à língua portuguesa os autores são enfáticos em dizer:

Antes de qualquer trabalho na modalidade leitura e escrita, o professor precisa entender que o diálogo prévio do que será apresentado em sala de aula é fundamental para aprendizagem do aluno surdo e esse diálogo deve ser apresentado em LIBRAS o que é imprescindível para a compreensão por parte do aluno, pois mais tarde ele transportará para a segunda língua que é a Língua Portuguesa. O professor regente deverá ter o cuidado de disponibilizar um tempo para sondar esse aluno a fim de verificar se houve mesmo essa compreensão e assim poder sanar as dúvidas apresentadas pelo aluno. (GODOI, P; SANTOS, M. F; SILVA, V. F., 2013).

            Ao falarem sobre os desafios do bilinguismo, GODOI, P; SANTOS, M. F e SILVA, V. F., começam dizendo que “é um assunto que ainda gera muita polêmica, porque sobre o que diz respeito a uma escola bilíngue nosso sistema educacional ainda não está adequadamente preparado”. E citam ZIMMER, FINGER & SCHERER (2008, p.2) para paramentar seu pensamento:
O bilinguismo apresenta muitas formas e configurações e as diferentes classificações de bilinguismo variam dependendo das dimensões linguísticas, cognitivas, sociais e de desenvolvimento que são consideradas como foco de atenção.
            Complementam expressando-se sobre “a grande falta de preparação dos profissionais envolvidos nessa área” e sobre as linhas de pesquisa que conflitam sem deixar claro o quanto o bilinguismo é importante para a criança surda:

Existem atualmente, algumas divergências relacionadas à inclusão dos alunos surdos, visto que, para alguns, a escola especial é segregadora, pois os alunos isolam-se cada vez mais, e os resultados obtidos não são os esperados. Já para outros, essa escola enaltece a comunidade surda, sua cultura e sua identidade, enfatizando que esse espaço de aquisição de uma língua efetiva promove o desenvolvimento cognitivo da criança. O importante é a interação entre as duas línguas, para que a criança cresça, desenvolvendo suas capacidades cognitivas, linguísticas, afetivas e políticas, independentemente do espaço escolar no qual está inserida. Para isso, é necessário conhecer os sujeitos na sua singularidade linguística e reconhecer que os alunos surdos precisam de uma educação específica. O ideal é que a criança adquira primeiro a língua de sinais e, depois a língua portuguesa para que facilite a sua compreensão, uma vez que o aprendiz da segunda língua utiliza a primeira como estratégia da aprendizagem (GODOI, P; SANTOS, M. F e SILVA, V. F. apud KUBASKI & MORAES, 2009, p.14).

            Concordam com as idéias de KUBASKI & MORAES, 2009, p.14, mas reforçam que “para um desenvolvimento crítico de uma criança ela deve estar exposta às mais variadas culturas e estilos de vida, já que nossa sociedade é rica culturalmente”.
Junto a esta idéia complementam informando que existe “outro argumento que reforça a importância do bilinguismo e incentiva os pesquisadores a desenvolverem meios de vencer esse desafio, é a questão da vida do surdo como cidadão”, e este tem que estar preparado com o aprendizado das duas línguas. Citam Lerner (2002) “Cabe à escola então o papel de formar cidadãos leitores e escritores” para complementar que só assim os surdos terão a capacidade de viver uma vida normal.
Que há “outra missão considerada um grande desafio, aquela de desenvolver uma identidade na pessoa surda sem excluí-la da sociedade” e respaldando-se citam KUBASKI & MORAES, (2009, p. 15):

O bilinguismo permite que, dada a relação entre o adulto e a criança, esta possa construir uma autoimagem positiva como sujeito surdo, sem perder a possibilidade de se integrar numa comunidade de ouvintes. A proposta bilíngue possibilita ao leitor surdo fazer uso das duas línguas, escolhendo a qual irá utilizar em cada situação.

Nas suas considerações finais os autores da monografia “Língua Brasileira de Sinais no Contexto Bilíngue” concluem que:

A educação da língua de sinais possibilita a aprendizagem e não a dificuldade do aluno surdo. No Brasil a educação hoje defendida para os alunos surdos é a educação bilíngue [...] O objetivo do atendimento ao aluno surdo é proposto por um currículo diferenciado, [...] sem perder a sintonia com a proposta das Diretrizes Curriculares da Educação Geral. [...] Podemos chegar à conclusão de que houve mudanças positivas a respeito da inclusão de surdos na sociedade, mas existem ainda grandes desafios a serem enfrentados. Um deles é criar uma proposta educacional bilíngue que atinja toda a população por conta da dificuldade na preparação e qualificação dos profissionais envolvidos, e maiores ainda é a dificuldade de preparar as pessoas que não estão ligadas à educação para essa nova proposta prevista em lei. (GODOI, P; SANTOS, M. F e SILVA, V. F., 2013).

CAPÍTULO II: DIÁOLOGO COM O CONHECIMENTO TEÓRICO

            A monografia que deu base a este relatório, fala muito bem sobre a trajetória educacional das pessoas com deficiência auditiva. Para termos dimensão desta luta, saber sobre os caminhos percorridos, dificuldades encontradas e objetivos atingidos, reforçam o nosso compromisso com o aprendizado e inclusão desta comunidade na sociedade.
            A introdução da língua materna dos surdos deste a primeira infância lhe trará mais identidade. Os profissionais das escolas bilingues precisam ser comprometidos com a educação como um todo se preocupando com a adaptação dos currículos. De acordo com o Referencial Nacional para Educação Infantil (RCNEI) no seu primeiro volume a convivência das crianças dentro das escolas favorecerá tanto o desenvolvimento quanto a aprendizagem e para as crianças com necessidades especiais este convívio “representa uma inserção de fato no universo social”.
            As experiências concretas, descritas pelos autores da monografia será de suma importância para a valorização destas crianças, elas não se sentirão excluídas, pois participarão de todas as atividades juntamente com os outros alunos da escola.
            Concordo com os autores da monografia ao citarem WERNECK (1997, p.51), quando ele fala que incluir vai muito além do que tratar igual. Incluir é respeitar seus limites sem estereotipar. Os professores precisam ter a formação bilingue porque apesar da presença de interpretes de Libras em sala e estes representarem a “ponte entre os dois mundos”, na maioria das vezes não estão preparados para transmitir as “idéias da língua oral” e terminam confundindo as crianças por utilizarem o português sinalizando.
            Muitos docentes estão envolvidos no processo de inclusão, mas precisam de preparação extra para lidar com essas crianças. Os alunos surdos precisam primeiro conhecer os assuntos que serão dados na sala de aula na sua língua materna para depois passarem para a segunda língua oficial que é o português. As duas línguas precisam interagir para que os surdos tenham uma e outra a seu dispor podendo usá-las da forma que melhor lhes convier.
           
CONSIDERAÇÕES FINAIS

            O modelo bilingue precisa ser inserido deste a primeira infância ainda durante o convívio familiar e os pais ao descobrirem seus filhos surdos devem procurar apoio institucional para aprenderem a língua junto com eles.
O reconhecimento da Libras através de lei e decreto regulamentar foi um grande avanço para a inserção do surdo na sociedade, mas as escolas e os profissionais que lidam com as crianças surdas precisam se aperfeiçoar cada vez mais, mesmo tendo por lei o direito a educação complementar em Libras enquanto cursam a faculdade de pedagogia. A inserção de profissionais surdos na comunidade escolar ajudará e muito o desenvolvimento dos professores e docentes. Apesar de muitos acreditarem que crianças surdas em escolas comuns estão passando por inclusão, vejo isso apenas como integração. A inclusão se daria de fato se toda comunidade estivesse voltada para o desenvolvimento deste aluno com professores surdos no ambiente escolar. Na escola bilingue o português será usado como base para a língua de sinais e é preciso assumir o compromisso de uso das duas línguas dentro do espaço escolar.
As escolas deveriam ter profissionais de Atendimento Educacional Especializado (AEE) para trabalharem diretamente com essas crianças em sala de aula e, com os professores no contra turno em dias alternados.
            Em conversa informal com a mãe de duas crianças surdas, fui informada que a Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos (APADA) é uma organização não governamental que trabalha com crianças com surdez total ou parcial do 1º ao 4º ano e que dentro da instituição existem muitos profissionais surdos. Além de trabalharem com a Libras em sala de aula, o ensino de português é oferecido em língua portuguesa (L2). A instituição também oferece cursos de Libras a todo profissional, de qualquer área, que se interessar. “Pode-se considerar a inserção de duas línguas em sala de aula como bilingue, porém ainda a um longo caminho a percorrer” disse ela.
            Em outra conversa informal com uma docente do 5º ano da escola pública, ela disse que tem em sala uma aluna com surdez leve, mas segundo os médicos, progressiva, que vem ensinando a Libras aos colegas e a ela. Todas as crianças se interessam em saber e fazem muitas perguntas e, ela como professora sentiu a necessidade de se aprofundar no estudo da língua.
            A partir de Idéia Legislativa “Libras como disciplina na escola pública”, tramita no Senado Federal, desde 12 de julho, a SUGESTÃO nº 15 de 2018, com o mesmo tema que, sendo aprovada, será mais um passo para a introdução do bilinguismo nas escolas. Os apoios a esta sugestão pode ser efetuada pelo site do Senado Federal[3].
            Muito ainda precisa ser feito pelas instituições de ensino, mas o importante é que grandes avanços já foram conquistados.

             
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REFERÊNCIAS

 

Lei nº 10.436 - Planalto. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em: 14.fev.2018.


Língua brasileira de sinais no contexto da escola bilíngue - Brasil Escola
Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com.br/.../lingua-brasileira-sinais-no-contexto-esc...>. Acesso em: 04.jul.2018.

LODI, A.C.B.; LACERDA, C.B.F. – Uma escola, duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. Porto Alegre : Mediação, 2009, p.14.

Portal e-Cidadania - Senado Federal – Idéia Legislativa. Portal e-Cidadania

Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=133903>
<https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=101953&voto=favor>. Acesso em: 10.agosto.2018.

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - Portal MEC

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 20.abril.2018.










[1] Trabalho apresentado como resultado de pesquisa desenvolvida nos Estudos Interdisciplinares, sob orientação do Prof. Eraldo Paixão.

[2] Discente do Curso de Pedagogia, 3º semestre, Faculdade Montessoriano.

[3] https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=133903

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