terça-feira, 26 de novembro de 2019


OS DESAFIOS EM DOCÊNCIA: FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO E PRÁXIS.[1]
Suelí Paranhos de Oliveira[2]

INTRODUÇÃO

Para entendermos os motivos da insatisfação de alguns professores com o trabalho pedagógico, precisamos primeiro conhecer as perspectivas pedagógicas, suas teorias e a práxis que vem relacionada a todas elas.

Diante de tantas abordagens pedagógicas com seus pensamentos muitas vezes contraditórios, o fenômeno pedagógico não poderia deixar de ser complexo. As escolas escolhem as suas abordagens e o professor precisa se “enquadrar” dentro do que ela propõe, mesmo que não seja seu pensamento inicial. As principais abordagens pedagógicas estudadas nesta disciplina implicam em: preocupação com a formação dos seus alunos para a cidadania (iluminista); não permite as relações sociais, ou seja, os estudantes permanecem com suas origens, crianças eram divididas em aptas e inaptas (positivista/funcionalista); trabalho manual para iniciar o processo de ensino (socialista); proposta que visa a renovação da mentalidade dos educadores e das práticas pedagógicas (escola nova); assumir a responsabilidade por nossas ações (fenemológico/existencialista); é contra a imposição arbitrária da cultura das classes dominantes (crítica).

Dentro das perspectivas pedagógicas há uma contradição, na maioria das vezes, entre a teoria e a prática. Para a iluminista a educação deveria ser para todos, estabelecia que a educação infantil tinha características próprias, que não necessariamente está vinculado a vida adulta independente da classe social. Rousseau dividi a educação infantil em etapas, porém a prática teve limitação em relação a teoria, nem todo mundo podia ir à escola, ou por conta de questões financeiras ou porque o saber a que tinha contato não lhe dizia respeito por se tratar de saber burguês; Para abordagem positivista/funcionalista o reconhecimento da ciência como principal orientadora da organização social, privilegiando o que é verdadeiro concreto ou inquestionável, porém na prática falta o incentivo ao pensamento crítico. Confiar sempre sem questionar não fará da educação uma atividade progressiva; No socialismo a educação deveria passar pelo domínio da linguagem (Vygotsky). Sem comunicação a classe trabalhadora não teria como recriar a sua realidade; A Escola Nova parte do princípio de orientação para resoluções de problemas sociais ou seja focar no indivíduo. Na prática está ligada as ações escolares para ajudar na resolução de problemas da comunidade. Pensar e agir para que se reconheça os valores sociais; O fenomenológico/existencialista foca na relação ensino aprendizagem, mas não produz políticas públicas pois precisa ser atualizada constantemente; E por último a perspectiva crítica que tem Benjamin como crítico “implacável” aos valores burgueses, para ele a criança aprende brincando e o professor deve manter este elemento criativo. Uma criança criativa seria um adulto crítico. Na prática a “autocrítica é a lição principal” deixada por estes pensadores, o professor precisa se certificar que a prática pedagógica utilizada não irá oprimir e sim permitir a criatividade.

“Um bom professor não é composto apenas de teoria”, a prática é algo importante até para se entender determinadas teorias. Aquele que não vive experiências, através de diálogos e vivencias, não tem como orientar verdadeiramente. A teoria e a prática estão atreladas no quesito referente ao fenômeno pedagógico. As abordagens e perspectivas pedagógicas podem apresentar limites entre a teoria e a prática a partir do momento que as pessoas têm vivências distintas. Teoria é um instrumento para prática pedagógica.  Estabelecer uma relação entre a teoria e a prática com transformações constantes, ou seja, passear entre as diversas teorias para aprimorar as práticas, deve ser uma proposta constante para o professor. Sem abrir mão das suas convicções o professor pode reinventar as aulas atendendo as exigências pedagógicas da instituição de ensino, mas utilizando técnicas diversas para alcançar seu objetivo



CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Saberes psicológicos, filosóficos e sociológicos são essências” no dia a dia do educador e com a ajuda destes o professor pode repensar novas formas de trabalhar fazendo com que o seu dia em sala de aula se torne algo prazeroso. Muitos problemas sociais afastam as crianças da sala de aula e do professor, mas se ele faz com que o aluno seja o centro do seu trabalho, trazendo propostas de aprendizagem, incluindo informações sobre a sua comunidade, todo o trabalho poderá ser mais agradável para todos.



FONTES DE PESQUISA

Portal. Unijorge: educação on line cursos EAD.



[1] Trabalho apresentado como AV2 da disciplina Fundamentos da Educação.
[2] Discente do curso de Pedagogia.


CONVENÇÃO INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.[1]
Suelí Paranhos de Oliveira[2]

A Convenção Internacional de Proteção às Pessoas com Deficiência, é um documento no qual as Nações Unidas tem o objetivo de:
“...promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente. Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” (Artigo 1 – Propósito- Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência).
Assim como o Brasil, outros 80 países sancionaram o tratado no mesmo dia em que foi aberto à sua assinatura. No Brasil o Congresso Nacional promulga, esta Convenção, através do Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009.
Através deste documento o Estado se obriga a garantir as pessoas com deficiência inclusão e participação na sociedade em todos os aspectos, sendo proibida a discriminação em qualquer serviço ou setor.
Começaremos com o Direito a educação – Todas as pessoas com deficiência têm direito a educação, tanto em escolas particulares como públicas. No Capítulo III, Da Educação, da Cultura e do Desporto, artigo 205 a Constituição prescreve em seu art. 208, que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...]”atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” As instituições de ensino devem se adaptar, fisicamente (em suas instalações) e com pessoal especializado (braile e ou em língua de sinais), para receber estas pessoas. Não sendo possível a permanência da criança com deficiência em uma escola regular estas têm direito ao ensino em escolas especiais oferecidas pela rede pública.
Direito a saúde – Nas instituições destinada ao cuidado de saúde deverão ter pessoas capacitadas para acompanhar todo e qualquer paciente que precise de interprete. Estes locais deverem ser monitorados por autoridades independentes afim de se evitar abusos e violência assim como discriminação.
Direito a justiça – Toda instituição destinada a atendimento jurídico deverá ter pessoal capacitado para atendimento assim como livre acesso nas suas instalações como rampas e elevadores.
Toda pessoa com deficiência tem direito a liberdade de expressão, opinião e acesso a informação. O Estado deverá incentivar as mídias a terem serviços acessíveis a pessoas com deficiência, com sites em áudio para pessoas cegas e interpretação na língua de sinais para filmes ou programas áudio visuais para os surdos e surdos-mudos.
A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna sem ocultação ou separação dos outros membros da família. Ela deve ter acesso, sempre que possível, a todas as dependências da casa. Não poderá ser discriminada por nenhuma das partes. De forma alguma deverá ficar isolada nos quartos do fundo ou anexos da residência.
Deverá ser garantido o direito ao trabalho. Existem funções em empresas que podem ser desempenhadas por qualquer pessoa. Um surdo pode trabalhar em uma fábrica de confecções fazendo dobraduras, um pessoa com deficiência visual poderá atender telefone desde que tenha seu equipamento configurado para suas necessidades, um cadeirante pode atender pessoas em uma recepção para passar informações, todos estão aptos para trabalhar desde que o direito a educação não lhe seja negado.

TRABALHANDO O TEMA EM SALA DE AULA

Introdução
Este tema será apresentado durante a semana como um projeto. As crianças que irão trabalhar com ele serão alunos do quarto ano, mas poderá ser trabalhado com crianças do segundo ao quinto anos.
 A proposta inicial é levar gravuras com uma diversidade de pessoas com deficiência em situações de desconforto. Cadeirantes em frente a uma escada, pessoa com deficiência visual sem conseguir pegar um ônibus, uma pessoa com surdez em uma mesa com várias pessoas conversando, um cadeirante sentado sozinho e outras afastadas conversando na escola, deficiente sendo descriminado e sem conseguir ser escolhido para o emprego. E outras várias gravuras, para que elas percebam estas dificuldades.
No primeiro momento, sentar as crianças no chão e colocar estas gravuras no centro da roda. Pedi que cada uma pegue uma foto e descreva o que está vendo. Após todas interagirem, procuraremos saber as opiniões sobre estas situações. Cada dia traremos informações nova sobre a convenção e culminaremos com fala de pessoas que enfrentam estes problemas, como elas se sentem e se ouve mudanças depois de 2008.
Objetivo geral
·   Compreender a Convenção e o decreto Brasileiro que a promulga, seus artigos e sua funcionalidade.
Objetivos específicos
·         Exemplificar através de gravuras os problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência.
·         Definir o termo convenção e qual a sua finalidade.
·         Especificar os temas abordados na Convenção.
·     Identificar, no local em que vive, as pessoas com deficiência e se elas têm seus direitos garantidos.
Conteúdos
·         A Convenção Internacional de Proteção às Pessoas com Deficiência.
·         Importância dos direitos para as pessoas com deficiência.
·         Obrigação do Estado, da família e da comunidade.
·         Respeito e inclusão
Desenvolvimento metodológico
·         1º dia – Os alunos sentarão em círculo de preferência no chão da sala. A professora apresentará diversas gravuras com dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência. Após cada aluno escolher uma gravura para descrevê-la, eles irão expor suas opiniões sobre a situação. Se dará início a um debate sobre acessibilidade. Durante o debate a professora introduzirá o termo Convenção e perguntará se algum aluno já tinha ouvido falar sobre esta palavra. Se ninguém souber o significado ela então o apresentará e começará a falar sobre a convenção referente ao conteúdo. Como atividade de casa os alunos deverão trazer informação sobre as dificuldades enfrentadas por deficientes na sua comunidade ou família.
·         2º dia – Com as informações trazidas pelas crianças (ou não) a professora começará a falar sobre o Decreto promulgado no Brasil. Iniciará com os princípios gerais: Respeito à dignidade e a diferença, não-discriminação, acessibilidade, igualdade entre homem e mulher e pelo direito das crianças com deficiência. Para isso será levado para sala o filme Por que Heloisa? (desenho animado). Como tarefa de casa os alunos deverão expor suas opiniões sobre o filme para serem discutidas na sala de aula.
·         3º dia – Após a discursão sobre o filme serão apresentados os artigos que falam sobre: educação, segurança e moradia. Após a explicação será apresentada a deficiência surdez. A docente não emitirá mais nenhum som e todos os alunos terão que adivinhar o que ela está tentando dizer e terão que fazer com que a professora os entendam. Será apresentado o alfabeto em libras e alguns termos mais usados em casa e na escola. A tarefa para casa será aprender seu nome em libras e se apresentar no dia seguinte.
·         4º dia – Após a apresentação dos alunos na sala, serão abordados os artigos que falam sobre trabalho e emprego, participação na vida cultural, lazer e esporte. Será iniciado com uma pergunta: Diante do que já vimos até hoje, será que as pessoas com deficiência conseguem trabalhar e se divertir? Se iniciará então um debate sobre o assunto e cada um colocará sua opinião em um mural feito com papel metro trazido pela professora. A professora dividirá a sala em grupos, de três ou quatro alunos, com o objetivo das crianças desenvolverem uma brincadeira para o colega (escolhido por eles) que representará uma pessoa com deficiência.
·         5º dia -  Após pesquisa na comunidade, onde a escola está inserida, a professora trará neste dia uma a duas pessoas com deficiência para conversa na sala. Eles exporão suas dificuldades e como vivem.
No final deste trabalho a professora espera que todos os alunos tenham entendido que as pessoas com deficiência têm que ser respeitadas e que elas assim como cada um deles também tem direito de viver em uma sociedade. Havendo um deficiente na escola a professora irá observar a mudança de comportamento dos seus alunos e como eles levarão os ensinamentos para os outros alunos da escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No site da ACNUDH (Alto Comisionado de las Naciones Unidas para los Derechos Humanos), em um portfólio explicativo esclarece que:
Atualmente, a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência tem 153 Estados signatários e 106 ratificações. A Convenção continua aberta para mais assinaturas e ratificações dos Estados membros.
Apesar da ratificação quase imediata de todos os 160 países que adotaram, muito ainda há de se fazer para que os deficientes tenham acesso a todos os seus direitos.
O mundo precisa adaptar-se tanto em espaços públicos como acessos a tecnologia.  O Google já oferece um serviço para pessoas com quaisquer deficiência na visão, nele as pesquisas podem ser feitas através da fala e alguns sites já têm seus textos em áudio.



REFERÊNCIA

Decreto nº 6949 - Planalto

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm>. Acesso em:  20. out. 2019.





[1] Trabalho apresentado como AV2 da disciplina Direitos Humanos.
[2] Discente do curso de Pedagogia, 3º semestre.