sábado, 23 de junho de 2018

EXCLUSÃO SOCIAL: COMO SE PRODUZ?



EXCLUSÃO SOCIAL: COMO SE PRODUZ?

Luciene Mascarenhas Santos
Suelí Paranhos de Oliveira

INTRODUÇÃO   

Exclusão social é considerada uma privação para certos grupos dentro da sociedade. Os afros descendentes, pessoas com diferença de gênero, dependentes químicos, idosos, índios e pobres estão na classe dos mais excluídos. Essa exclusão se dá em forma de preconceitos e privações. No intuito de proteção, acabam se afastando dos demais grupos que se consideram hegemonia, e desta forma passam a conviver somente entre si, gerando isolamento social e problemas psicológicos como a depressão.
Para inserir essas pessoas na sociedade, medidas de inclusão e direitos essenciais como intelectual, social, moral, cultural, devem ser aplicadas possibilitado o seu desenvolvimento vivendo em harmonia e integração com todos.
Na resenha temática a seguir, serão apresentados três artigos que falarão sobre preconceitos e discriminações raciais, culturais e de gênero. No primeiro, um artigo de Bianca Wild, fala sobre conceitos e exemplos de Etnocentrismo, Estereótipos, Estigmas, Preconceito e Discriminação. No segundo, As bases religiosas e cientificas do racismo, de Alan Geraldo Mileo, falaremos sobre o racismo e suas bases fundamentalistas. O terceiro e último trará uma polêmica em relação à introdução dos conceitos de gênero no Plano Municipal de São Paulo com o título Questão de gênero, questão de gente.
A criação desta resenha partiu da seguinte problemática ‘Por quais princípios e quais meios se produzem a exclusão social?’ e nosso objetivo geral foi discutir sobre o processo de produção da exclusão social. Para alcançarmos o objetivo geral e respondermos a nossa problemática utilizamos os seguintes objetivos específicos: conceituar termos importantes para se entender a produção da exclusão social, tratar sobre as bases em que se estrutura o racismo.

Refletindo sobre racismo, preconceito e discriminação

Bianca Wild é licenciada em Ciências Sociais – FIC/FEUC, professora de sociologia - SEEDUC RJ, especialista em gênero e sexualidade - UERJ/IMS. No artigo “Etnocentrismo, estereótipos, estigmas, preconceito e discriminação", expõe os seus conceitos com a finalidade de estabelecer relação entre os temas e evitar o uso destes termos de forma pejorativa.
Logo no primeiro parágrafo, ela conceitua etnocentrismo como um julgamento a partir de padrões culturais próprios e relaciona este, com o estereótipo, que ela define como generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características do outro, ou seja, atribuem a ela um rótulo.
 Segundo Wild, o estereótipo é quando se tenta limitar pessoas ou seus grupos na sociedade, tentando fazê-los se sentirem inferiores em relação aos demais principalmente pela sua condição biológica.
Quanto a estigma, preconceito e discriminação são nada mais do que termos usados para expressar aversão aos diferentes ou aos que fogem do padrão que se considera certo a uma determinada sociedade. Ela traz no artigo o exemplo dos negros com sua religião e cultura.
Ela enfatiza que tanto o preconceito quanto o estereótipo fazem parte do campo das idéias, já a discriminação se encontra no campo da ação.
O racismo é uma das formas de preconceito sofrida pelas etnias não dominantes. A sociedade hegemônica se baseia em fundamentos religiosos para tal.
Myleo Geraldo (Alan Geraldo Myleo) historiador, candomblecista, pesquisador e militante em causas religiosas e culturais que envolvem religiões. Quer nos mostrar, no artigo “As bases religiosas e cientificas do racismo”, os alicerces nos quais se fundamentam a prática racista.
Segundo ele a base religiosa do racismo é a ética cristã, mas deixa claro, como observação, de que não se trata da ética de Jesus. Ela vem da igreja, que, nos períodos de colonização, tenta fundamentar as ações escravistas biblicamente, usando como um dos exemplos o mito da Arca de Noé e tendo como base o capítulo nove, versículos 18-27 de livro dos Gênesis.
Quanto à base científica, ressalta que o racismo se dá desde o século XVIII, quando os filósofos, naturalistas, pensadores e pesquisadores concluem que se classificam as raças pela sua evolução, economia, cultura e hábitos colocando o homem africano com adjetivos como manhoso, preguiçoso, negligente e governado por seus amos. Segundo o autor, desde então, o homem vem passando para suas gerações essa cultura como sendo a única explicação plausível para este preconceito hierárquico.
As explicações para o racismo tanto pela parte religiosa quanto pela cientifica, deixa claro que os conservadores influenciam nesta questão. Precisam-se criar mecanismos de aceitação e respeito através de leis e esclarecimentos a sociedade sobre as diversidades.
Fausto Salvador, vereador da cidade de Sorocaba, no artigo “Questão de gênero, questão de gente”, publicado na revista Apartes, agosto-setembro/2015, discorre sobre a grande polêmica que foi a votação do PME (Plano Municipal de Educação), dentro e fora da câmara, por causa do parecer aprovado na Comissão de Educação, Cultura e Esportes da CMSP (Câmara Municipal de São Paulo) que previa, entre outros itens, medidas para enfrentar o machismo, o racismo e o preconceito de gênero nas escolas.
São Paulo é um estado que possui algumas leis municipais de combate a intolerância quanto à questão de gênero, mas a votação do PME tornou-se uma grande polêmica quando, a maioria dos vereadores cedeu às pressões de grupos religiosos e votaram contra as propostas elaboradas pela CMSP que tinha em seu texto “referências à palavra gênero e trechos da Lei Orgânica do Município e do Plano Nacional de Direitos Humanos que garantiriam igualdade de gênero no ensino municipal”.
Porém os grupos que sofrem preconceito de gênero lutavam para que houvesse a conscientização da sociedade em relação ao respeito que eles merecem.
Os conservadores acreditavam que isto atrairia questões como pedofilia e que a escola iria ensinar as crianças que as mesmas não possuíam sexo definido, confundindo-as em relação a sua orientação sexual.

Considerações finais

Estes artigos fazem com que pensemos nas questões racistas, preconceituosas e descriminalizadoras, como falta de conhecimento em relação ao outro, sua cultura e necessidades básicas e sociais.
Alguns grupos, conservadores, não aceitam o que é diferente em relação a suas normas ou convívio social e os julgam como aberrações, criaturas inferiores e fazem de tudo para transformar a vida destes grupos em verdadeiro martírio, levando alguns de seus membros ao suicídio.
Trazer artigos que debatem esses temas, com uma linguagem clara e de caráter informativo, poderá mudar o pensamento de muitos em relação às minorias e a partir dai fazer do respeito ao outro uma atividade costumeira.
Toda essa forma de exclusão social poderia ser evitada se a conscientização em relação às diferenças começasse desde os primeiros anos escolares sem separação de brinquedos de menino e menina, de cores de pele, com respeito a todas as religiões e diversidades.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS

Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/as-bases-religiosas-cientificas-racismo.htm. Acesso em: fev. 2018.





                                                                                                                                                                                                                  

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